Contratar um Wealth Manager é uma decisão estratégica para muitos investidores, e uma das primeiras tarefas desse profissional é entender a tolerância ao risco do cliente. No entanto, essa avaliação não é tão simples quanto parece. As perguntas podem variar de trivialidades aparentes a dilemas aparentemente desconexos do mundo financeiro.
Por exemplo, questionar como um amigo descreveria a disposição do investidor para assumir riscos financeiros pode parecer estranho à primeira vista, no entanto, por trás dessas aparentes peculiaridades, há uma tentativa de desvendar aspectos psicológicos e comportamentais que podem influenciar as decisões de investimento.
Apesar das complexidades inerentes à compreensão do risco nos mercados financeiros, muitos investidores recorrem à volatilidade como uma maneira tangível de avaliar o risco de um investimento. A volatilidade, que descreve a amplitude das flutuações nos preços dos ativos, é frequentemente vista como um indicador de risco.
A Teoria Moderna da Carteira, desenvolvida por Harry Markowitz em 1952, tem sido amplamente adotada como um guia para a construção de portfólios de investimentos. No entanto, estudos recentes questionam a validade dessa abordagem, especialmente a premissa de que assumir mais riscos sempre resulta em retornos mais altos.
Pesquisas conduzidas por renomados acadêmicos, como Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton, tratam justamente dessa questão. Em muitos casos, a volatilidade pode não ser um indicador confiável do potencial de retorno de um investimento.
Os estudos conduzidos pelo trio examinaram os preços das ações americanas desde 1963 e as britânicas desde 1984, classificando-as por volatilidade. Surpreendentemente, descobriram que, para médias e baixas volatilidades, os retornos se concentraram, com a volatilidade tendo pouco efeito discernível. Entre as ações mais arriscadas, o desempenho foi significativamente inferior ao restante do mercado.
Desse modo, é fundamental que os investidores adotem uma abordagem mais abrangente na avaliação do risco nos investimentos, considerando não apenas a volatilidade, mas também fatores como liquidez, tamanho da empresa e condições macroeconômicas. Ao compreender melhor o risco, os agentes podem tomar decisões mais informadas e alcançar seus objetivos financeiros de longo prazo.